segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Time Runners

Segunda feira de games de 366POP - 1 de 52, 4 de 366

Time Runners apareceu nas bancas brasileiras pela Abril Jovem. Eram bons tempos para a Abril, sua divisão Jovem governou os anos 90. A era de ouro dos formatinhos começava a acabar, mas ainda tinha gás, Advanced Dungeons and Dragons vendia bem pela editora, até a Dragon Magazine, revista absurdamente cara de AD&D vendia bem. Agradeço ao meu pai por comprá-las todas para mim, sem reclamar (muito).

Entre todas essas publicações apareceu uma coleção de livros em brochura, de capa colorida e papel cartonado, isso já chamava a atenção, tipo de coisa ainda incomum nas bancas de jornais, mas, além das caracteristicas já citadas, havia um disquete. Qualquer coisa com CD, CD rom ou disquete eram vistos com admiração nos meados dos anos 90. Depois virou lugar comum, e em alguns casos, até garantia de produto ruim.

A tal coleção de Livros chamava Time Runners. Era um épico de viagem no tempo em fascículos. Cada edição da história tinha um disquete com a o conteúdo do livro em forma de jogo. Uma adaptação para games, ou uma adaptação para livro, difícil dizer.

Time Runners era um mistério, ninguém conhecia aquela produtora, nem quantas edições que iriam ter. Era meio caro e teve uma distribuição bastante porca. Em Campo Limpo, onde eu morava, só veio a aparecer da edição 3 em diante. E eu comprei essa edição.

Era horrível.

A história é uma narrativa morna e não lá muito bem escrita sobre um tal de Max, o jogo é repetitivo, de jogabilidade frustrante e cheio de armadilhas que só estavam lá pra te matar na hora e alongar o jogo. Salvar a cada passo era a única maneira de continuar são. A ação era, com o perdão da palavra, completamente bunda, inimigos idiotas e fáceis demais. Os gráficos até que eram legaizinhos, diferente dos efeitos sonoros, a trilha sonora genérica e mal mixada. Na Itália a série começou em 1993 e chegou até 1995, aqui no Brasil começou em 1994 e acredito que teve os 11 números lançados.

O tal Max segue em uma viagem pelo tempo para salvar Jéssica, sua namorada, enfrenta vilões, coleta itens e pegas uma coisas vermelhas para abrir portais temporais.

O mistério de quem produziu esse game, inclusive na época rolou boatos de serem produção na própria Abril, era da Simulmundo, uma editora italiana que na Itália chegou a anunciar o jogo (e livro) na TV. O primeiro número fez muito sucesso, a produção era ambiciosa e não havia nada parecido na época. Uma série de livros com games divididos em capítulos (programados para 30 edições [reza a lenda que foram produzidos todos os jogos e livros]) e vendidos semanalmente. Mas a ruindade do jogo (e do texto) matou o projeto no volume 11.

O jogo é ainda é encontrado para baixar em páginas de abandonware, os livros, em português são facilmente encontrados no Mercado Livre e na Estante virtual.

Eis o game: Não, não está com pau no áudio, o jogo era tão besta que em várias partes o silêncio reinava.


Links:
https://it.wikipedia.org/wiki/Simulmondo
https://it.wikipedia.org/wiki/Time_Runners
http://www.old-games.com/download/2995/time-runners-1

4 comentários:

  1. Eu tenho acho que 2 games desta série! custei a achar o nome deste jogo. Amo esses games antigos!

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  2. Nossa! Não lembrava do nome do jogo! Acho que consegui comprar até o 7 mas não encontrei o 5... O jogo não termina? Pararam de publicar no 11 e a história fica incompleta?

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    Respostas
    1. Que legal, nunca soube de ninguém que tivesse tantos volumes. Sim, acabou sem um final, só foi cancelada.

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