segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Cherry 2000

Para completar os filmes que imaginavam  2017, Cherry 2000.


O filme foi lançado em 1987, com Melanie Griffith, e David Andrews, é um bleo exemplo de anos 80, o filme não poderia ser mais datado, tá poderia, Ruas de Fogo ainda é o filme mais anos 80 que existe.

Cherry 2000 é um excelente filme, mas ao mesmo tempo é totalmente meh. 

O filme se passa em 2017. Os EUA passaram por uma crise que o fragmentou em territórios selvagens e áreas civilizadas bastante yuppie. Nas civilização temos um mundo de alta tecnologia, burocratização e hiper sexualização, resumindo, yuppie. Por exemplo, para um pega numa balada é preciso levar o advogado e acertar os termos do contrato de relacionamento sexual antes de qualquer outra coisa. Isso gerou um um grande mercado para as mulheres robôs, como a Cherry 2000 do título. Nesse universo tem um cara chamado Sam Treadwell, ele é um yuppie apaixonado por sua Cherry 2000. Depois de mais um dia chato e cansativo de trabalho ele vai para casa, onde Cherry o espera, ela fez hambúrguer, seu prato preferido. Mas eles tem um momento romântico ali na cozinha mesmo, sua máquina de lavar parece que está com defeito e imunda a cozinha de espuma, mesmo assim eles se relacionam ali mesmo, mas Cherry é um androide de alguma idade já e sua vedação não é mais tão boa, ela tem um curto circuíto.  San procura um técnico, mas é perda total, apenas seu chip de memória se salvou. Ele precisa encontrar um novo corpo para Cherry 2000. 

Como essa é uma sociedade em que a reciclagem é o meio de produção, encontrar outra Cherry ali é impossível, ele tentará o cemitério de androides no deserto. Mas para isso precisará da ajuda de 
E. Johnson (aqui que entra a Melanie Griffith), uma rastreadora. No começo ele não quer ser ajudado por uma mulher, mas acaba cedendo.

Eles partem para o deserto, que é dominado por Lester, um maluco que forma uma gangue no meio do deserto, onde todos vivem um estilo de vida bastante americano, daqueles clichés, churrasqueiras redondas coloridas de ágata, mulheres de vestidos de bolinha e pasta d´água no nariz. E ele odeia rastreadores e fará de tudo para impedir Sam e Johnson de cumprir a missão. Por alguma coincidência cósmica uma ex do Sam é agora esposa de Lester. Ela meio que enlouqueceu, fugiu para o deserto e encontrou a felicidade entre esses malucos que vivem fazendo churrasco e tomando limonada debaixo do sol. 

Tem mais gente no deserto, Jake 6 dedos, um mentor da Johnson, lá perto do objetivo tem um casal maluco de um velho amigo do Johnson e uma garota apaixonada por Lester. 

O filme segue com algum conflito entre os grupos, um clima rolando entre Sam e Johnson, a morte de Jake e no fim a conquista do objetivo, eles acham uma Cherry 2000, mas como estavam em um monomotor acabam depois de uma breve e patética cena de luta, fugindo do deserto, abandonando Cherry 2000 e matando Lester. 

O filme tem seus problemas, e não são poucos, todas as sequências de ação são fracas, sem exceção, nada funciona, nem a cena do cartaz do guincho, e muito menos o conflito final entre Johnson e Lester, que acaba com a volta de Sam e uma das mortes mais meh e patéticas de um vilão no cinema.  Melanie Griffith está com o visual perfeito, acho que é a parte mais memorável do filme, ruiva e badass, mas muitas vezes não parece lá muito a vontade em seu papel. David Andrews é só genérico, não faz feio, mas também não tem nada de marcante, Isso não seria um problema, se como o cartaz indica, Melanie Griffith fosse a protagonista, mas não é o chato do David Andrews. Num momento ele fala que é veterano de guerra, isso pra justificar sua capacidade de luta e pra Johnson o respeitar. Tim Thomerson como Lester, o vilão doido está ótimo, ele combina perfeitamente com o papel e Pamela Gidley faz uma ótima Cherry 2000. 

O roteiro não é grande coisa, as cenas de lutas são patéticas e o desfecho é previsível, mas cade a parte boa de tudo isso?

O cenário é excelente, é um universo perfeito para os anos 80, a metáfora para tudo que se passava nos EUA está lá. Uma sociedade dividida em que um grupo tinha todo o dinheiro, mas uma vida vazia, outro só se ferrava sem nada, vivendo das sobras. Um grupo de pessoas decadentes vivendo com as glórias do passado, comendo churrasco no deserto e achando que está tudo bem, unidos pelo ódio aos rastreadores, que funcionam como o diferente, os invasores aqui. Uma falta de esperança geral para todos os lados. Ninguém espera mais do que isso, os yuppies querem morrer em seu luxo, os malucos do deserto estão a um passo de Mad Max, mas eles levam sanduíches e toalhas floridas em suas caçadas, e é claro com pasta d´água no nariz. Os rastreadores vivem do lixo e não esperam mais do que isso. Isso são os anos 80, o espírito da época pelo menos, uma década tentando lidar suas tradições, o novo e a liberação feminina. 

O filme foi um fracasso, ele foi produzido em 1985, adiado para 1987 e quando saiu meh, nada. Acredito que parte da culpa é por ser um filme ruim, Acredito que se o foco fosse mais na  Melanie Griffith e não no genérico do Andrews, e se o filme tivesse um pouco mais de ação na hora certa, um pouco mais de mostrar e não falar, seria um ótimo filme. Como o carro modafoqui da Johnson, que não serve pra nada, só é legal e está no cartaz. Ou o famoso Jake 6 dedos, que só está lá para morrer. 

Mesmo assim o filme é recomendável para quem viveu nos anos 80 e lembra da Melanie Griffith ruiva dirigindo seu carro pelo deserto e usando um lança mísseis. 

Trailer:

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