segunda-feira, 4 de junho de 2012

O brinco de plástico imitando pérola


(ou um breve conto que aconteceu no ônibus [Baseado em fatos reais]).

Numa dessas quartas feiras que nem cheiram e nem fedem, estava eu sentado (sorte!) num dos bancos do ônibus, estava indo trabalhar.
                Lá para o meio do percurso, entra no coletivo uma linda garota. Essas de beleza clássica, rosto de proporções Davincinianas, cabelos longos, dourados escuros e arranjados numa trança. E o mais importante para a trama, (como você deve perceber pelo título) usava brincos de plástico imitando pérolas.
                A garota desce 2 pontos depois. A viagem continua por mais um tantinho, percebo o brinco no chão, rolando com o movimento do ônibus.
                Em um mundo perfeito eu pegaria o brinco, logo após ela descer do ônibus, notaria que não é um ordinário pedaço de plástico laqueado, mas sim uma peça única, com marcas inconfundíveis, reconheceria as marcas, são as marcas de uma terrível maldição, talvez um legado de família, talvez um erro terrível do passado. Com certeza um infortúnio que aflige a pobre garota. Nesse mundo perfeito eu desceria do ônibus, descida em tons épicos, com o ônibus ainda em movimento aproximando-se do próximo ponto. Correria pela cidade, atrás de informações, descobriria um velho misterioso que confeccionou o tal brinco. Conheceria alguém de nome engraçado como Nimbles ou Wilbor, que seria meu escudeiro, apoio moral e alívio cômico.  Conheceria um velho sábio que seria o meu mentor, me ensinaria segredos mágicos e me armaria para a aventura com itens e feitiços. Minha jornada seria por um submundo misterioso e intrincado de magias, segredos e perigos. Conheceria outra aventureira, nossas buscas se cruzariam, nossos objetivos também, odiaríamos um ao outro de início, mas lá pertinho do ato final nos apaixonaríamos, formando assim um triangulo amoroso, complicando a trama, entre o idealizado e o real. Enfrentaríamos juntos o grande vilão, escolhas difíceis seriam feitas, travaríamos um confronto mortal. Um segredo seria revelado, o mistério do velho sábio revelado, acharia o segredo dentro de mim, perceberia que foi uma jornada de autoconhecimento. Usaria minhas forças recém-descobertas contra o facínora. O maléfico algoz despencaria do alto de sua torre para a morte certa (será?). Eu retornaria para o meu mundo triunfante, faria a minha escolha amorosa, despediria de meu escudeiro de nome engraçado. Ele já estaria pronto para seguir sua próprias aventuras.
                Meu ponto chega, eu desço. O brinco de plástico continua rolando pelo chão. (espero que inspire outras pessoas a contarem suas histórias). A história eu guardo numa caixinha na minha cabeça para mais tarde. Vou trabalhar. 

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