quinta-feira, 15 de março de 2012

Sobre sonhos

Uns tempos atrás no auge do Bravecast (e também bem próximo do fim) eu propus o tema sonhos, principalmente focado em pesadelos. O tema nunca saiu, a gravação nunca aconteceu e o programa acabou duas ou três edições depois.

Sonhos me fascinam a muito tempo. Acho que começou quando conheci Sandman, ou talvez até antes. No colegial (período da vida quando se tem muito tempo livre) eu passava várias das primeiras aulas anotando o que eu sonhei. Era um exercício interessante, e quanto mais anotava mais e mais eu lembrava em sonhos posteriores. Por muitos motivos esse diário onírico teve uma duração bem curta.

Não acredito em nenhum tipo de revelação em sonhos, apenas gosto deles, não acho possível que no meio daquela histórinha que passa na minhacabça enquanto durmo tenham presságios ou avisos. E nem levo a sério as interpretações de sonhos psicanalíticas. Se um sonho passa uma mensagem é como um filme ou um livro, você sabe a mensagem, e nem é o motivo do sonho. Seria ótimo se tivesse um senhor dos sonhos me lembrando de coisas importantes e mandando epifanias oníricas para mim. Mas o mundo não funciona assim.

Mesmo assim sonhos são ótimos, até mesmo os pesadelos. Um sonho é uma história que eu conto para mim mesmo e que não sei o final, quando tem. É feito sob medida para mim, a mais subjetiva das histórias contadas, e se conto para alguém depois nem tem sentido ou graça. Mesmo assim compartilharei um sonho com vocês.

Tive um sonho em que eu contava de uns monstros ou fantasmas que apareciam enquanto eu tentava dormir. A meta linguagem aqui era fantástica, era um sonho em flashback, o que deixava tudo mais assustador, a lembrança do ocorrido e sua repetição quase que ocupando o mesmo espaço e sem tempo determinado davam as criaturas que apareciam uma verossimilhança incrível. Era assustador contar, reviver e viver a mesma experiência.

Percebo o quanto a lógica do sonho é lógica do sonho (Neil Gaiman já disse isso mais de uma vez). Não consigo passar a mesma emoção, nem mesmo explicá-la. Sinto-me como um garoto de 5 anos tentando dizer tudo ao mesmo tempo como foi que o Batman salvou o dia em um desenho animado. Subjetivo demais.

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