sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

cejura?

Eu consigo entender como um boato, mesmos dos mais bobos conseguia notoriedade no mundo pré Google, para ser razoável até o Google ser como é hoje em dia eu consigo entender. Não estou dizendo que basta uma ferramenta de busca e nunca mais você será enganado. Existem mentiras bem elaboradas e suficientemente clomplexas para ludibriar mesmos os mais atentos. Mas aqueles boatos e mentiras como montagens de foto toscas, crianças desaparecidas e doações por compartilhar/RT são tão primitivas que com a capacidade de checar quase que automaticamente  alguém ainda acredita.

Queremos ser os heróis, os descobridores de algo, gostamos da sensação de ter ajudado a menininha com câncer a se recuperar doando dinheiro, se não precisar doar, algum mecanismo magico fazer isso por nós, melhor ainda.

O conto de fadas das doações é antigo, pré internet. Nos anos 80 (talvez antes também, mas não sou tão velho assim para saber ) corria a histórica que se junttassemos dez mil argolinhas de latas de refrigerante alguém ganharia uma cadeira de rodas. O fulano guardava aquelas argolas por um tempo, depois acabava perdendo, jogando fora ou dando para alguém. Ele havia tentado, mas não achou o posto de troca (claro, nunca existiu um). A parte dele estava feita, a sensação de bem estar tinha sido atingida, mesmo que em uma ação idiota e sem propósito real.

Existia a vontade de acreditar e pouquíssimas maneiras de checar a informação. Sem SAC e internet  o fulano teria que escrever uma carta para a Coca Cola e rezar por uma resposta, por exemplo. Era trabalhoso e não era garantido, mais fácil acreditar.

A vontade de acreditar em histórias assim ainda existe, acredito eu pelos mesmos motivos. A sensação de ter feito algo sem fazer esforço. Mas checar uma informação dessas hoje deve levar uns 30 segundos (2 minutos se sua internet for discada). Abrir o Google e procurar pelo nome da criança., ou pela foto e descobrir que a menininha com câncer  nunca teve câncer já está até casada é extremamente simples. e descobrir que a doação por rts era falsa também é tão simples quanto. A minha duvida é: com essa facilidade de checar uma informação por que tanta gente continua abraçando causas inexistentes?

Talvez a verdade nem seja tão importante assim, crença é bem mais fácil. Talvez perceber que para não ser enganado por redes sociais exista uma necessidade constante de vigilância seja muito desagradável. E pior ainda seria abrir mão da sensação de bem estar por ser uma pessoa boa sem ter que  fazer esforço algum.


Se você quer acreditar isso é problema seu. Mas a realidade continua não ligando para o que vc pensa.

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